35ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Mãe de Deus será realizada no dia 26 de maio

26/04/2024

35ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Mãe de Deus será realizada no dia 26 de maio

Com o objetivo de divulgar mais a devoção à Nossa Senhora Mãe de Deus, padroeira da Arquidiocese de Porto Alegre, será realizada no dia 26 de maio a 35ª  romaria ao santuário localizado no bairro Belém Velho, zona sul da capital. A programação prevê duas missas - 9h e 16h - presididas por Dom Darley José Kummer e pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, respectivamente. Será rezado o terço em comunidade e haverá um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento. Confira a programação:

 

9h - Missa

11h - Oração do Terço

14h - Hora Santa - com bênção do Santíssimo

15h - Procissão (saindo da AV. Prof. Oscar Pereira, com a Rua do Santuário)

16h - Missa

 

Um lugar para a Mãe de Deus

 

No ano de 1981, Dom Cláudio Colling (1913-1992), que foi arcebispo entre os anos de 1981 e 1991, após ter celebrado a missa em honra a Nossa Senhora de Guadalupe, ao retornar à Sacristia indaga o Monsenhor Augusto Dalvit (1921-2014), onde estaria o Santuário da velha Arquidiocese? Ao receber uma resposta negativa, foi ali que decidiu iniciar uma campanha para que a cidade de Porto Alegre tivesse um santuário para sua padroeira.

 

Seis anos se passaram até que Dom Cláudio, aproveitando o lançamento do Ano Mariano de 1987, comunicou: “Nossa Arquidiocese alimenta uma aspiração especial, que desejo ver realizar-se como uma das grandes e divinas bênçãos do Ano Santo Mariano: possuir na periferia da capital, em local suficientemente amplo  e de fácil acesso, um santuário arquidiocesano, dedicado a Nossa Senhora Mãe de Deus e da Igreja”. 

 

Providência

 

A tarefa de procurar um terreno para construção do Santuário caberia ao Pe. Antônio Lorenzatto. No final do ano de 1987, dirigiram-se aos morros do bairro Glória. Maravilharam-se com o topo do morro da Pedra Redonda. No início do ano seguinte, descobriram a quem pertencia o terreno. O sr. Paulo Marsiaj Oliveira. 

 

No dia 27 de janeiro aconteceria uma reunião com o proprietário do terreno. Pe. Lorenzatto estava acompanhado do sr. Antonio Lori Muller. Ao chegar no encontro foram muito bem acolhidos por Marsiaj Oliveira, que lhes surpreendeu. Parte da propriedade foi comprada por ele. A outra recebeu de sua esposa, que era da família Di Primio Beck. O seu sonho inicial para aquela área era construir uma igreja dedicada a São Genaro. Depois de relatar os planos perguntou ao sacerdote. “Os senhores e Dom Cláudio sonham com coisas grandes ou pequenas? Se forem pequenas não me interessa muito.” Padre Lorenzatto pergunta. “Quanto nos custará?” Foi então que Paulo Marsiaj Oliveira surpreendeu. “Eu só posso ter uma atitude. Doar o terreno necessário para a construção do Santuário.”

 

Recursos para a construção

 

Resolvida a questão do terreno, que parecia ser a mais complicada, o arcebispo Dom Cláudio Colling iniciou o trabalho de organizar os recursos financeiros para a construção do Santuário. A ideia inicial era fazer em etapas e o arcebispo pensou em buscar apoio junto à diocese de Colônia (Alemanha). E o plano deu certo, com a referida diocese alemã contribuindo com 85% do valor necessário. Mas nem tudo eram flores. Depois de realizadas reuniões com arquitetos e engenheiros em Porto Alegre, os arquitetos alemães não aprovaram o projeto. Depois de novos debates, foi em junho de 1992 que o projeto final foi aceito por todos envolvidos. As obras iniciaram no ano de 1994 sendo concluídas em julho de 2000.

 

Imagem da Mãe de Deus foi abençoada por São João Paulo II

 

A imagem de Nossa Senhora ficara pronta em julho de 1988, esculpida em tília, por artistas da província de Bolzano, no Norte da Itália. Medindo 1,55m e pesando 80 quilos, foi doada à Arquidiocese de Porto Alegre pela congregação dos padres Orionitas. No dia 27 de julho de 1988, Dom Cláudio Colling acompanhado do governador Pedro Simon, e do presidente da Câmara Municipal, vereador Geraldo da Rocha, foram recebidos pelo Papa São João Paulo II, que a abençou.

 

Romarias e a inauguração

 

No dia 1º de janeiro de 1989 foi realizada a primeira de muitas romarias em homenagem à Mãe de Deus. No dia 31 de dezembro de 1991 aconteceu a primeira procissão luminosa com a presença dos devotos, que se dirigiram ao local para rezar o terço em agradecimento pelo ano que terminava. 

 

No dia seguinte partiram duas procissões, uma da gruta da Glória sob coordenação do Pe. Lorenzatto, e outra da igreja de Belém Velho, comandada pelo Pe. Zeno Hastenteufel (bispo emérito da diocese de Novo Hamburgo). Da gruta conduziram a imagem peregrina. Dom Cláudio Colling, já com a saúde debilitada, celebrou a primeira missa no primeiro dia do ano novo de 1992 sob a presença de cerca de 4 mil fiéis. Pouco mais tarde, em junho de 1992, o frei Luís Turra compôs o hino da padroeira. 

 

Pedra Fundamental

 

No dia 16 de agosto de 1992 foi lançada a pedra fundamental do Santuário Mãe de Deus. Mais de 5 mil pessoas estiveram presentes na celebração. Presidiu a Santa Missa o arcebispo de Colônia, Cardeal Joachim Meisner. Às 16h foi abençoada a pedra angular do Santuário Arquidiocesano. Na mesma ocasião foi descerrada a placa histórica que, mais tarde, faria parte do templo.

 

Obras

 

Em 19 de junho de 1992 foi enviado à Secretaria de Obras o projeto de Viabilidade do Santuário. Como a resposta demorara, no mês de outubro uma retroescavadeira começou a trabalhar. Era 6 de outubro de 1992. Logo, viriam os fiscais e a polícia para embargar a obra. 

 

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) indeferiu o processo de construção do Santuário. Dom Altamiro Rossato, arcebispo de Porto Alegre, procurou o então prefeito, Olívio Dutra, para uma mediação. Sem sucesso. Depois de muitas reuniões junto à comunidade do bairro Glória, passando pela mediação de diferentes políticos, foi somente em novembro de 1994 que a obra foi autorizada a iniciar. 

 

Os trabalhos de construção iniciaram-se em 5 de dezembro de 1994. Em fevereiro de 1999, problemas financeiros ameaçaram paralisar as obras que, graças às doações, continuaram. Mais tarde, o vereador João Carlos Nedel organizou uma campanha financeira e a Arquidiocese de Colônia enviou mais 100 mil marcos. Em fevereiro do ano 2000, o santuário recebeu a pintura. A torre foi concretada e concluída em julho.


 

Com informações do livro Um Lugar para a Mãe de Deus, de Rejane Penna e Luiz Carlos da Cunha Carneiro.

 



Autor:
Marcos Koboldt

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