Instalação da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores acontece nesta quinta-feira

14/09/2022

Instalação da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores acontece nesta quinta-feira

A Arquidiocese de Porto Alegre ganha um presente muito especial neste dia 15 de setembro de 2022 com a solenidade de instalação da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. A solenidade tem início às 19h30 e será presidida pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler. Trata-se do terceiro templo no Rio Grande do Sul a receber esta distinção. A primeira foi a Basílica Nossa Senhora Medianeira, em Santa Maria, e a Basílica São Luiz Gonzaga, em Novo Hamburgo. 

 

A celebração vem sendo trabalhada pela comunidade tão logo foi feita a comunicação oficial do decreto papal. Um exemplo disso é o projeto musical envolvido na Santa Missa.  Conforme o regente André Delair “cada detalhe de como abordaríamos musicalmente um momento tão grandioso e importante, não somente para a comunidade paroquial, e Arquidiocese, mas para a história da cidade de Porto Alegre foi pensado com muito carinho. A preocupação do pároco, Pe. Lucas, era que se tivesse algo muito solene e grandioso, como requer a ocasião, mas que não se perdesse o caráter participativo da comunidade. Ou seja, que fizéssemos uma grande Missa histórica, mas que a comunidade pudesse vibrar cantando e ouvido algo muito belo”. 

 

Quem estiver nos bancos da Igreja das Dores durante a solenidade de instalação do título de Basílica Menor verá uma equipe  com 46 músicos profissionais distribuídos numa orquestra de cordas, com trompete, tímpano e órgão e cantores profissionais que, inclusive, atuam através do projeto Sacra Harmonia, com regularidade em concertos e casamentos na paróquia.
 

“Neste sentido trabalhamos para que nenhum centavo saísse dos cofres da paróquia para a contratação de músicos e, com patrocínios tivemos condições de elaborar o que julgamos um repertório que atendesse às necessidade com um elenco profissional. Um dos desafios  foi elaborar um repertório que contemplasse uma música de grande beleza e que a comunidade pudesse dialogar e rezar não só ouvindo, mas cantando junto”, destaca o regente. 

 

Para a preparação da Missa de instalação da Basílica foi realizado no dia 10 de setembro um ensaio geral com todas as pessoas interessadas em aprender ou relembrar as músicas que serão cantadas. “Tivemos uma grande adesão, com o comparecimento satisfatório da comunidade que está vibrante com este grande acontecimento. Embora algumas peças mais elaboradas sejam executadas somente pelos músicos profissionais, as partes intrínsecas à Liturgia terão a participação da comunidade. Tomamos cuidado para que a comunidade não perdesse o sentimento de pertencimento na Liturgia e participasse com seu canto, sem perder o espírito de contemplação conforme nos orienta os documentos conciliares que sublinham a participação do povo. ”, explica Delair.

 

Na quinta-feira os fiéis que estiverem presentes na Santa Missa poderão contemplar peças de elevado valor musical na igreja que ainda é, mas o foi com muito mais propriedade referência musical, abrigado grandes compositores e grandes músicos desde o início de sua história. “Perseguimos a idéia de presentear a comunidade, em especial nesta ocasião com uma música singular, de elevado valor artístico, mas sobretudo espiritual, sublinhando os textos sagrados com o que tem de melhor”, acrescenta o regente.

 

“Estou muito gratificado de poder participar deste momento histórico numa igreja que é referência espiritual na arquidiocese, mas também um espaço artístico, não somente arquitetônico, mas de música da mais elevada categoria. Este é o sentimento dos artistas envolvidos que estão se empenhando para oferecer a Deus e às pessoas presentes uma música que faça jus a tudo isso. Que possamos rezar melhor com a música que vai emoldurar os textos sagrados deste importante marco da história para todos que possuem carinho e afeição pela igreja”, conclui.

 

Composição da Equipe de Música

 

Sopranos – 8

Meio-Sopranos – 4

Contra-Tenor – 1

Tenores – 7

Baixos e Barítonos – 8

Violinos – 6

Violas – 2

Violoncelo – 2

Contrabaixo – 1

Trompete – 1

Tímpano – 1

Organista – 1

Regência – 1

 

Inspiração e trabalho para a postulação do título de Basílica Menor

 

O trabalho para a postulação do título de basílica menor teve início no mês de agosto de 2019, durante a peregrinação arquidiocesana ao Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida do Norte (SP), como conta o Pe. Lucas Matheus Mendes. “Visitando a basílica velha, na parte de cima da cidade [de Aparecida do Norte], pensei. ´A Igreja das Dores não poderia ser uma basílica menor também?´ Olhei para o espaço e tive a ideia. Na viagem de volta comentei com os paroquianos que ficaram empolgados com a ideia. No ano de 2020 fomos amadurecendo a ideia em meio a Pandemia até que em setembro, por ocasião da festa de Nossa Senhora das Dores, iniciamos de fato esta tramitação”, relata o Sacerdote.

 

Na Arquidiocese, o primeiro passo foi o pedido formal ao Arcebispo, o que foi feito por padre Lucas e pela coordenadora do Conselho Pastoral Paroquial (CPP), Tatiana Matos, no dia 15 de setembro de 2020. “Dom Jaime Spengler remeteu ao Conselho de Presbíteros que aprovou em outubro de 2020.  A próxima etapa foi remeter à presidência da Conferência Episcopal, com o objetivo de mostrar que não há nada que deponha contra a paróquia que, através de Dom Walmor Oliveira de Azevedo [presidente da CNBB], respondeu de forma positiva em fevereiro de 2021.  Com isso, encaminhamos um processo para o pedido formal  junto à Congregação que enviou o questionário foi respondido por nós”, acrescenta o Presbítero.

 

Com estas etapas concluídas, a Paróquia Nossa Senhora das Dores reuniu o relato histórico que era necessário junto ao pedido formal do Arcebispo e do Nada Consta para ser enviado à Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, o que foi feito em maio de 2021. A Congregação então enviou o questionário para ser respondido no mês de agosto de 2021.

 

“A partir de então começamos a fazer o levantamento das informações para responder às perguntas do questionário, cerca de 20 páginas totalizando aproximadamente 120 perguntas, que abordaram temas históricos, arquitetônicos, medidas do templo, estilo, cada imagem que abriga quem foi o artista que fez. Questões litúrgicas, horários de Missa, quantos sacerdotes. Tudo isso foi perguntado. Também fizemos um abrangente trabalho de fotografia. Contamos com a colaboração da coordenadora do CPP, da museóloga da Cúria, Carolina Zuccheti. Concluímos no dia 21 de janeiro e Dom Jaime assinou e encaminhamos pela Nunciatura Apostólica. “

 

Com o título de Basílica Menor a Igreja deixa de ser paroquial passando a ser basilical. “Com isso ela recebe as insígnias como o Tintinábulo, que é um sino pequeno dentro da Igreja, a Umbela, que é uma espécie de guarda-chuva. O pároco passa a se chamar reitor da basílica. Uma disponibilidade maior para atendimento de confissões frequentes e missas diárias passa a ser exigido, o que na prática já ocorre. Além disso, a Igreja deixa de ser apenas de uma região e passa para o nível diocesano”, finaliza Pe. Lucas.

 

De acordo com o documento  da Congregação para o Culto divino e a Disciplina dos Sacramentos, as basílicas são igrejas dotadas de especial importância para a vida litúrgica e pastoral de uma diocese e, por isso, possuem “um particular vínculo com a Igreja de Roma e com o Sumo Pontífice”. O título de Basílica Menor é o mais alto que uma igreja fora de Roma pode receber e apenas o Papa o pode conceder.

 

O arcebispo metropolitano Dom Jaime Spengler destaca que a Igreja das Dores faz parte da história da cidade de Porto Alegre em seus 250 anos. “Trata-se de um patrimônio histórico, cultural e religioso. Adorada e conhecida por muitos que a procuravam e continuam procurando, seja para celebrações e festas populares, seja para visitas - devido a sua imponência arquitetônica e artística - a igreja está inteiramente ligada à história da cidade”, declarou.

 

Fotos Renan Brackmann/Divulgação

 



Autor:
Marcos Koboldt

Tags: