O DIA DOS AVÓS

21/07/2023

Uma data importante, e nem sempre lembrada, que homenageia pessoas mais que especiais. Certamente não gera interesses econômicos, a exemplo de outras datas “fortes” nessa dimensão, como o “Dia das Crianças” ou “das Mães” ou “dos Pais” ou “dos Namorados”...

 

O Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, é oportunidade não apenas para levar os netos e as netas a dar um abraço e um beijo nos seus queridos avós e avôs, quem sabe com um presentinho, mas também para manter viva a memória familiar, uma história de vida. Oportunidade, também, para refletir e tomar consciência da situação de tantos idosos em nossa sociedade, às vezes vistos como um estorvo. E, claro, momento para recordar aqueles avós já falecidos, agradecendo a Deus o dom de tê-los como membros da família, seus ensinamentos e seu exemplo de vida.

 

Ao redor dos avós costumam se reunir as famílias e celebrar a vida. Os avós são os responsáveis pela comunhão, pelo encontro, a alegria, ao redor da mesa. Uma eucaristia! E histórias são contadas e recontadas; e as crianças, os primos, aproveitam para brincar; e os jovens, para trocar ideias de seus projetos e realizações; e os irmãos, para se verem, impedidos ordinariamente pelo excesso de trabalho e o ritmo frenético da atualidade.

 

Quem não recorda um gesto, uma palavra, um sorriso ou um choro de seus avós? Mesmo aqueles que não tiveram a graça de conhecê-los em vida, certamente já se depararam com a tradicional foto do casal, muitas vezes numa moldura pendurada na sala.

 

A memória litúrgica dos avós de Jesus, Ana e Joaquim, santos comemorados no dia 26 de julho, deu origem ao Dia dos Avós. Os pais de Maria sofreram discriminação social por não terem filhos. E após muita oração, lágrimas e sacrifícios, Deus ouviu o clamor de ambos, concedendo o nascimento de Maria. Seus pais a levaram ainda criança ao Templo de Jerusalém, para ali ser consagrada, cumprindo a promessa que fizeram nas orações. Maria tornou-se a Mãe de Jesus, a Mãe de Deus, a nossa Mãe, exemplo de Mãe a todas as demais.

 

O culto à Sant’Ana, no Oriente, data o século VI, enquanto no Ocidente surgiu mais tarde, no século X. São Joaquim veio mais recentemente. Há uma frase de São João Damasceno, bispo do século VIII, que assim afirma: “Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador”.

 

Ana e Joaquim, avós de Jesus, simbolizam, hoje, todos os avós, os nossos queridos pais de nossos pais. Com eles queremos agradecer a persistência, a esperança, a alegria, a coragem, os ensinamentos no servir, na compaixão ao próximo, na fé! Parabéns aos avós! E, para concluir, um dito popular, relembrado pelo papa Francisco na Exortação Apostólica Christus Vivit (Cristo Vive), de 2019, alertando para se evitar a ruptura de gerações na humanidade: “Se o jovem soubesse e o velho pudesse, não haveria coisa que não se fizesse” (n. 191).

 



Autor:
Dom Juarez Albino Destro

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