26/05/2025
Ser discípulo implica guardar tudo o que o mestre diz, ordena e faz. Por isso, guardar a palavra é um dos princípios que perpassam e sustentam toda a história sagrada.
Jesus convoca pessoas para se tornarem seus discípulos. A eles Jesus pedia uma adesão pessoal completa. Eles são chamados a ser mais testemunhas do que veículos da tradição verbal. Ser discípulo de Jesus implica acolher a forma de vida que Ele propôs aos seus mais próximos seguidores. Tal forma de vida implica uma estreita relação com Ele.
O discipulado de Jesus possui três momentos que estão relacionados entre si: o chamamento, o seguimento e o envio. O chamamento tem como finalidade primeira o seguimento próximo de Jesus, o qual, por sua vez, vai preparar os discípulos para a realização de uma missão. O seguimento de Jesus não é um objetivo em si mesmo, mas está orientado para a missão.
Ponto de partida é amar! “Se alguém me ama, guardará a minha palavra...” Guardar a palavra tem o significado de defender, proteger, conservar, não esquecer; também significa acolher, acalentar, meditar, cultivar, ‘‘ruminar’’. Em quem assim procede, a palavra se torna fecunda, germina, torna-se vida.
O discípulo guarda a palavra do mestre. Ele confia na palavra, se entrega. Assim, guardar e amar a palavra são sinônimos; quem ama guarda a palavra e quem guarda a palavra ama e dá sua vida por ela.
A paz concedida por Jesus é uma paz que nada exige, nada quer, nada procura senão aquilo que o outro deseja, quer e procura. Missão dos discípulos e discípulas do Crucificado-Ressuscitado é “construir pontes, em nome daquele que não se cansa de unir o Céu e a Terra. Nossas diferenças, por isso, não devem nos colocar uns contra os outros: o coração daquele que realmente acredita em Jesus Cristo, exorta a abrir, sempre e em toda parte, caminhos de comunhão” (S. Paulo VI).
Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre
Folheto Dia do Senhor 25/05 - 6º Domingo da Páscoa