06/07/2025
A mulher-mãe quando amamenta, expressa ternura e cuidado, qual condição para que a saúde do bebê seja preservada; é questão de sobrevivência! Deus, qual mãe zelosa, oferece o “leite” de sua graça para seus filhos e filhas. Ele se adapta, sabe encarnar-se na palavra e nos acontecimentos da história, de tal modo que todos possam compreendê-Lo à medida da sua capacidade.
Os operários da messe do Senhor, isto é, os batizados são enviados a anunciar a todos a paz (shalom). A paz bíblica compreende, sobretudo, os dons do bem-estar, da prosperidade, da justiça, da alegria, da plenitude de vida (cf. Jo 10,10), e não simplesmente a ausência de conflitos e guerras. A paz é uma virtude, uma disposição interior que abre para a benevolência, a confiança e a justiça. S. Paulo dirá que Cristo é “a nossa paz” (Ef 2,14).
No envio que Jesus realiza dos setenta e dois discípulos ordenando-lhes de ir “dois a dois”, se expressa o princípio, segundo o qual, o anúncio do Evangelho é tarefa eclesial! Por aonde ir? Qual caminho seguir? “Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (Papa Francisco).
Tenha-se presente que o Cristianismo, embora inclua elementos como os sacramentos, uma hierarquia, um sacerdócio, é sobretudo uma Pessoa. Por isso, S. Paulo conclui sua mensagem aos Gálatas dizendo: “doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6,17), expressão maior da ternura e cuidado de Deus em favor de toda pessoa de boa vontade.
Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre