08/06/2025
“Quando chegou o dia de Pentecostes...” Destas palavras se pode deduzir que havia uma festa de Pentecostes no judaísmo. Foi durante essa festa que os apóstolos experimentaram a força do Espírito.
No Antigo Testamento, havia duas interpretações para a festa de Pentecostes. A primeira se referia à festa das sete semanas ou das colheitas (Tb 2,1; Nm 28,26s), quando se oferecia a Deus as primícias dos frutos da terra. A segunda estava referida à entrega da lei no monte Sinai e da aliança. Portanto, a festa estava ligada ao ciclo da natureza (a colheita) e à história da salvação.
O que significa o fato de o Espírito Santo descer sobre a Igreja no mesmo dia em que Israel recordava o dom da lei e da aliança? É para indicar que Ele é a nova lei, a lei espiritual que sela a nova e a eterna aliança e que consagra o povo real e sacerdotal, que é a Igreja. Santo Agostinho diante de tal compreensão exclama: “Quem não permaneceria tocado por esta coincidência e, ao mesmo tempo, por esta diferença? Contam-se cinquenta dias a partir da celebração da Páscoa até o dia em que Moisés recebeu a lei em tábuas escritas pelo dedo de Deus; analogamente, ao término dos cinquenta dias da morte e ressurreição daquele que foi conduzido ao sacrifico como cordeiro, o Dedo de Deus, isto é, o Espírito Santo, encheu de si todos os fiéis reunidos”.
Quando o Espírito de Cristo vem ao coração do fiel, à medida que é acolhido e deixado agir, Ele é capaz de mudar a situação interior do ser humano. Quando o Espírito Santo vem e se apodera do coração, então ocorre uma mudança! O Espírito traz o amor de Deus ao coração da pessoa!
Rezemos, pois, com toda a Igreja: “Vinde luz bendita, enchei o íntimo de nós”!
Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo Metropollitano de Porto Alegre