Pacto Educativo Global

15/10/2020

No dia 15 de outubro, o Papa Francisco reforçou o seu empenho com um Pacto Educativo global. Em sua mensagem por vídeo, o Papa destacou que a pandemia do Covid 19 manifestou a crise sobre nossa forma de compreender a realidade e de nos relacionarmos entre nós. Afetou diretamente o mundo da educação. E por isso, não bastam receitas simplistas nem vãos otimismos.

Para Francisco, a educação é um dos caminhos mais eficazes para humanizar o mundo e a história. Ela apresenta-se como o antídoto natural à cultura individualista, que às vezes degenera num verdadeiro culto do “ego” e no primado da indiferença. O Papa destaca as preocupações com as questões de pobreza, as crises existenciais e a questão da sustentabilidade da vida no planeta como razões para propor uma nova educação.

Para isso, será preciso superar propostas educativas focadas na utilidade, ao resultado, à funcionalidade e à burocracia, que confundem educação com instrução e acabam por fragmentar as culturas. É urgente trabalhar por uma cultura integral, participativa e poliédrica.

O Papa diz que não devemos esperar tudo daqueles que governam, pois há espaços de corresponsabilidade capazes de iniciar e gerar novos processos e transformações. Isso depende de cada pessoa e das comunidades locais.

O Papa propõe, então, sete pontos que servem de compromisso pessoal e coletivo: 1) colocar no centro do processo educativo a pessoa; 2) escutar mais as crianças, adolescentes e jovens; 3) favorecer a participação das meninas e jovens; 4) ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador; 5) educar para o acolhimento, especialmente dos vulneráveis e marginalizados; 6) encontrar outras formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, para que estejam ao serviço da família humana ; e 7) guardar e cultivar a Terra, protegendo-a da exploração dos seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios.

Essa proposta é dirigida a todas as comunidades do mundo, com a finalidade de desenvolver não somente o senso de liberdade e de igualdade, mas especialmente o de fraternidade.



Autor:
Artigo escrito por Dom Leomar Brustolin para o Jornal Zero Hora.

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