29/06/2025
A primeira leitura de hoje inicia dizendo que Herodes “tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja”. Nasceu, pois, uma hostilidade em relação à Igreja, compreendida como povo, e não somente contra um indivíduo que desobedecia a leis específicas.
Herodes necessitava de notoriedade. Por isso, para agradar a uma maioria, mandou matar um da minoria. Tiago se torna, assim, o primeiro entre os apóstolos a sentar-se “à direita do Senhor”. Herodes percebe que há divisões no seio da comunidade; buscando tirar proveito da situação, manda prender também a Pedro. Mas Deus age na história! Aquilo que Ele realiza na história pode parecer um sonho, uma ilusão.
Pedro está prestes a celebrar uma outra Páscoa, diversa daquela que se estava preparando (At 12,4). Ele se dá conta de que somente Deus pode arrancá-lo das correntes de morte, entendendo, pois, o que significa a libertação prometida por Jesus. Pedro compreende que deve deixar Jerusalém, abandonando o legalismo hebraico, para dedicar-se ao anúncio da salvação também aos que ainda não conheciam Jesus Cristo: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (At 12,11).
São Pedro sofreu a angústia da prisão e a proximidade da morte. São Paulo foi derrubado do “cavalo de sua prepotência”. Ambos, por caminhos distintos, se tornaram pedras fundamentais da fé cristã.
Ainda hoje, o Papa invoca a autoridade dos santos Apóstolos Pedro e Paulo quando, em seus atos oficiais, quer referir a Tradição à sua fonte: a Palavra de Deus. Somente nesta Palavra, pode a Igreja se tornar perfeita no amor em união com o sucessor de Pedro (Papa), dos apóstolos (Bispos) e toda a ordem sacerdotal.
Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre