Arquidiocese de Porto Alegre em festa com a ordenação do padre Marcus Ceratti

30/05/2022

Arquidiocese de Porto Alegre em festa com a ordenação do padre Marcus Ceratti

A Arquidiocese de Porto Alegre ganhou mais um ministro para conduzir o povo da Igreja Católica com a ordenação do padre Marcus Ceratti, que aconteceu na sexta-feira (27), no Santuário Nossa Senhora do Trabalho, na zona norte da capital. A celebração foi presidida pelo arcebispo Dom Jaime Spengler. 

 

Para uma igreja lotada com a presença dos pais, familiares e amigos do novo sacerdote, do clero, seminaristas, religiosos, da comunidade Nossa Senhora do Trabalho e dos fiéis das paróquias por onde Padre Marcus Ceratti exerceu a pastoral durante a sua caminhada como seminarista e diácono, a ordenação do novo presbítero foi realizada após dois anos de restrições em razão do Covid-19. O sacerdote exercerá seu ministério como vigário da paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Guajuviras, em Canoas.

 

Primeiras celebrações

 

Logo às 7h do sábado, poucas horas depois de ser ordenado, Padre Marcus presidiu a Santa Missa no mosteiro Nossa Senhora do Carmo, no bairro Cidade Baixa. Já no domingo, o sacerdote celebrou sua primeira Missa na paróquia Santuário Nossa Senhora do Trabalho. 

 

O calendário de ordenações da Arquidiocese neste ano de 2022 tem seguimento no próximo dia 10 de junho quando receberá o segundo grau da ordem o diácono Charles Kermaunar. A celebração será no Santuário São Cristóvão, bairro Igara, em Canoas, a partir das 20h.


Confira abaixo a homilia de Dom Jaime Spengler  e a mensagem do padre Marcus Ceratti
 

Homilia de Dom Jaime Spengler

 

Neste noite em que tu, Marcus, assumes o ministério presbiteral no nosso presbitério. Há pouco, sendo apresentado a todos, tu respondeu “eis me aqui”. Com isso, inicias uma etapa nova, um itinerário distinto que certamente marcará toda a tua existência. A expressão diz da disposição para caminhar com a igreja particular e seu presbitério. No Eis me Aqui se expressa prontidão para evangelizar,  ou seja, para anunciar a Boa Nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção aos cativos, a liberdade aos aprisionados, consolar os que choram, levar ânimo e alegria aos que sofrem. 

 

Neste tempo de Pandemia, quanto sofrimento, quanta morte. Por sim, descuido de alguns, também. Cuidar do rebanho com generosidade, liberdade. Viver e agir como testemunha do crucificado-ressuscitado. Esta disposição requer abertura de coração para corresponder aos desafios da pastoral, empenhando-se para, na comunhão, encontrar expressões, métodos e ardor, como dizia São João Paulo II, que correspondam ao tempo presente, não ao tempo  passado. O passado não existe mais. 

 

Eis me Aqui. Diante desta prontidão a Igreja te perguntará. “Queres exercitar por toda a vida o ministério sacerdotal no grau de presbítero como fiel colaborador da ordem episcopal no serviço ao povo de Deus sob a inspiração do Espírito Santo?” Que pergunta! A resposta é dada diante da assembleia, dos irmãos e das irmãs, do presbitério, diante de Deus,  não se trata de um caminho personalista, não. É um caminho vivido na comunhão com o bispo, independente de quem seja. O presbitério, a vida consagrada, o povo de Deus. Por que? O presbitério não é lugar para projetos particulares, ilhas, ou subjetivismos. Nós sabemos. Eis me Aqui. O ministério acolhido é serviço. Desenvolvido a partir de uma experiência de amor, de forma simples, determinada, marcada pela fé, pela alegria, que não é fruto de nossa subjetividade. Alegria, fé, que vem do próprio evangelho eu diria. Fazendo-se então próximo das pessoas, especialmente dos mais pobres, dos afastados, dos indiferentes, que não são poucos. 

 

Eis me Aqui. E o Senhor questiona “Tu me Amas”? Tens tempo para o Senhor? Para estar com Ele? É Ele a tua referência maior? É Ele o centro da tua vida, das tuas buscas? Te sentes unido radicalmente a Ele? É Ele a razão de tuas buscas, de nossas buscas. Tu me Amas? A pergunta do Senhor é bela, mas desafiadora. Pressupõe dignidade, lealdade, fidelidade, integridade, senso crítico, respeito, moderação, oração, compaixão, disposição para o perdão, amor, fé. “Tu me Amas”, pergunta o Senhor. Que o Senhor te conceda, Marcus, a graça de sempre de novo responder como Pedro àquela vez. “Senhor, tu sabes tudo. Tu sabes.” Para quem quiser ouvir a homilia está disponível nas plataformas de áudio

https://open.spotify.com/episode/4iHgMpukdZ0jRLEtxTItWs?si=UXI-FV0gSdiY-lqw7S14QA


 

Mensagem do padre Marcus Ceratti

 

“Seguindo o conselho de diversos padres e o veemente apelo do nosso Arcebispo, serei breve e não vou agradecer nominalmente a ninguém, com uma exceção: o Senhor. Obrigado Senhor porque tens sonhos e planos tão belos pra mim. Obrigado por cuidar de cada detalhe da minha vida, inclusive aqueles que sequer eu chego a descobrir que tua graça e providência me tocaram. Obrigado por me chamar e me sustentar, por não desistir de mim. Quero ser pro teu rebanho um pastor bom, segundo teu coração. Tu sabes tudo, Senhor, tu sabes que eu te amo. Obrigado a minha família, o lugar que me ensinou a amar, a dividir, a querer bem, perdoar e ser perdoado. Obrigado por estarem sempre comigo, não importa o dia, a hora ou o lugar. Obrigado por sonharem comigo. 

 

Obrigado a Arquidiocese de Porto Alegre, minha família também, ao Seminário de Gravataí, ao Seminário de Viamão, aos formadores, profissionais e professores, aos meus colegas diáconos e seminaristas, que há quase dez anos, desde o Kairós, vem formando em mim um homem, um católico e um padre que quer ser santo. Obrigado padres servos da caridade, por manter essa obra aqui que me fez descobrir o amor de Deus e por terem sido meu primeiro testemunho de padre. Obrigado Paróquia Nossa Senhora do Trabalho e todos que caminharam comigo, me viram chorar e sorrir, crescer e errar algumas vezes também. Aqui fiz a Catequese, recebi o Senhor na Eucaristia pela primeira vez e fui confirmado na fé pela Crisma. Aqui fui do CLJ e tive a grande graça de ser catequista e de participar da vida comunitária e em outras pastorais. Obrigado também à comunidade Paz e Mel, que me ajudou a importância da acolhida de Deus, de mim mesmo e dos irmãos. Obrigado às queridas paróquias e padres que tive a honra e o privilégio de viver esses anos de pastoral. A Paróquia Divino Mestre que me acolheu nos primeiros passos e não me abandonou na caminhada. A Paróquia São João Vianney que até cuidou de mim quando quebrei o pé e ia de muletas no final de semana. A Paróquia Santa Bárbara de Arroio dos Ratos, um belo recanto pro lado de lá da ponte. A Paróquia São José do Sarandi, onde deixei tantos amigos queridos. A Paróquia imaculada Conceição de Canoas e seu povo tão acolhedor. A Paróquia Santa Hedviges de Alvorada, que foi pra mim uma verdadeira escola de vida comunitária e me ensinou tanto sobre ser um bom pastor. A Paróquia Nossa Senhora Aparecida que me acolhe neste ano como diácono, de um povo incansável, feliz, festeiro e acolhedor. Em cada lugar, cada casa e família que acolheu-me todos esses anos, ficou um pedacinho do meu coração e levei comigo um pouco de vocês. Obrigado a cada pessoa que me ajudou nessa caminhada… os que me acolheram para uma boa conversa, os que me ajudaram financeiramente, os que escutaram minhas partilhas, me deram bons conselhos, ensinamentos e testemunho. Muito obrigado também a todos vocês que me ajudaram a preparar cada detalhe dessa Missa de hoje. Sem vocês, eu não conseguiria. Permitam ainda que eu peça que continuem rezando por mim, pelos meus próximos colegas que serão ordenados, pelos nossos seminaristas e por todo o clero, para que sejamos todos padres Santos. Rezemos por mais vocações: famílias santas, consagrados, padres, leigos santos: isso salvará o mundo porque só Nosso Senhor é capaz disso! Peço, por fim, aos agora meus irmãos padres que me ajudem a caminhar… e que com coragem e caridade possam aplicar em mim aquela tão sonhada correção fraterna pois a pessoa que reconduz um pecador do caminho errado, salvará a si mesmo da morte e cobrirá uma multidão de pecados, nos ensinou São Tiago. Como terminar uma noite dessas sem entregar tudo nas mãos daquela que disse sim? E como as boas mães, Nossa Senhora tem muitos títulos: aqui, mãe dos Trabalhadores e como Mãe, Rainha e Padroeira do nosso Brasil, Aparecida. Convido a vocês que me ajudem a consagrar a ela esse dom do Ministério Ordenado que me foi confiado hoje. É uma missão muito grande e por isso a entrego toda a Nossa Mãe, me consagrando a ela uma vez mais.” 

 



Autor:
Marcos Koboldt

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