Em missão na diocese de Xingu-Altamira, seminarista Darlan Schwaab será formador do propedêutico

31/01/2022

Em missão na diocese de Xingu-Altamira, seminarista Darlan Schwaab será formador do propedêutico

O seminarista da Arquidiocese de Porto Alegre Darlan Schwaab, que está em missão na diocese de Xingu-Altamira, no Estado do Pará, junto com o padre Tiago Ávila Camargo, foi designado pelo bispo Dom João Muniz para ser reitor e formador do seminário São João Maria Vianney, na etapa do Propedêutico. O seminário fica no município de Brasil Novo, que tem uma população de 15 mil habitantes. Confira a seguir uma entrevista feita com o seminarista.

Fale um pouco de ti, tua idade, cidade de nascimento, paróquia que frequentou na infância e adolescência, quando entrou no seminário, com se deu esta decisão.

Me chamo Darlan Heleno Schwaab, tenho 32 anos, nasci em Rio Branco (capital do Acre), mas me criei em Porto Alegre – minha família já residia na capital gaúcha e apenas passou um determinado período em Rio Branco, em função do emprego do meu pai naquela época (relacionado às obras de saneamento básico). Quando criança, frequentei algumas paróquias da Zona Sul da cidade, como a Santa Luzia e São Martinho; mas criei raízes na paróquia São Vicente Mártir. Isso ocorreu porque nesta última fiz parte do grupo de jovens, o CLJ, seguindo os passos dos meus dois irmãos mais velhos e dos meus pais. Logo que fiz o retiro de três dias, o CLJ 1, a inquietação sobre o sacerdócio se fez presente – nessa época eu tinha 14 anos. Cheguei a frequentar alguns encontros vocacionais na época, o Kairós, mas não quis ingressar no seminário. Dando sequência na vida paroquial, fui conhecendo as demais pastorais e percebendo a grandeza da Igreja. Na hora de optar por uma faculdade, decidi cursar jornalismo. Confesso que a faculdade não era exatamente o que eu imaginava, mas fui até o fim. Nessa época também tive a oportunidade de trabalhar na área da comunicação, tanto em assessorias de imprensa, como em um veículo (impresso e digital). Conclui o curso na Unisinos em 2013. Mas, desde 2012, a inquietação acerca da vocação se intensificara. Nesse período, a direção espiritual foi essencial e retornei aos encontros Kairós (2013). Por fim, decidi dar esse passo rumo ao chamado de Deus e ingressei no seminário em 2014 – e não me arrependi dessa decisão nenhum dia da minha vida.

 

 Como você recebeu a notícia de que foi escolhido para esta missão do Xingu?

Darlan – Em 2018, se não me engano, em um encontro nacional de seminaristas, ocorrido em Santo Antônio da Patrulha, para rezar e debater temas relacionados à missão, me coloquei à disposição de Dom Jaime para fazer uma experiência missionária de um ano. Eu disse que se fosse do interesse da Igreja de Porto Alegre, eu gostaria de vivenciar meu ano pastoral (síntese vocacional) na Igreja-irmã de Moçambique, na África – projeto mantido pelo Regional. Nosso arcebispo se mostrou bastante contente com a iniciativa e combinamos de ir rezando junto aos padres do seminário esse chamado específico – afinal, ainda faltavam três anos para que eu concluísse a Teologia. Assim foi feito: com calma e discernimento essa missão foi rezada e se confirmando em meu coração. Contudo, por ‘n’ motivos, Dom Jaime achou por bem que eu fosse em missão para outra Igreja-irmã: a diocese de Xingu-Altamira. Evidentemente, minha resposta se manteve positiva. Assim, no dia de Nossa Senhora do Rosário (07/10/21), o reitor do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição de Viamão, pe. José Flach, me chamou para conversar e anunciou a missão no Xingu. Logo após receber a notícia, me dirigi para a capela e agradeci a Deus por esse presente; aproveitei também para consagrar esse ano à Santíssima Virgem.

 

Que tipo de informação você já buscou sobre a região, o povo?

Pouca coisa sobre a extensão, devoções populares e um pouco da cultura de algumas etnias indígenas que a Igreja atende tanto religiosa como socialmente.

 

Quanto tempo fica no Pará?

Fico até a última semana de outubro. No mais a tardar, assim que iniciar o mês de novembro retorno à arquidiocese de Porto Alegre. Isso se dá em função da ordenação diaconal que deve ocorrer na primeira semana de dezembro.

 

Próximos passos da formação?

Darlan – Passada essa experiência missionária, se Deus quiser, vem a ordenação diaconal junto à minha turma de seminário. Depois de adentrar o clero, ficamos, no mínimo, seis meses servindo como diáconos para, então, sermos ordenados padres. Os locais onde desempenharemos esses ministérios, só Deus sabe (e talvez os bispos).

 

Como você espera retornar dessa viagem?

Essa pergunta não é tão simples, e eu nem gostaria de respondê-la de maneira simplória. Não creio que alguém que parte em missão se torna melhor ou pior que os irmãos que ficam, pois é um chamado específico. Apenas espero voltar com a certeza de que fui instrumento de Cristo na vida das pessoas que encontrei. A experiência missionário tende a enriquecer muito minha visão sobre a Igreja, sobre certas necessidades do povo e modos de celebrar a fé. Em suma, espero retornar como alguém cada vez mais apaixonado pelo Evangelho, pelo Verbo encarnado; alguém que se disponibiliza à imitação de Cristo independente das condições que se apresentam.

 



Autor:
Marcos Koboldt

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