Jubileu de Prata: Pe. José Antônio Sauthier celebra 25 anos de ordenação presbiteral

05/10/2022

Jubileu de Prata: Pe. José Antônio Sauthier celebra 25 anos de ordenação presbiteral

No dia 13 de dezembro de 2022, o Pe. José Antônio Sauthier, pároco do Santuário Santa Rita de Cássia, em Porto Alegre, celebra seu Jubileu de Prata – os 25 de ordenação sacerdotal. Para marcar este momento dois eventos foram organizados, sendo o primeiro em sua cidade natal, Alto Feliz, distante 90 quilômetros da capital, e o segundo no Santuário Santa Rita de Cássia. 

 

A paróquia Santo Inácio, localizada em Alto Feliz, receberá um Tríduo preparatório a partir de amanhã – 06 de outubro. No primeiro dia preside a celebração o Pe. Aluísio Cabreira, vigário da paróquia Nossa Senhora dos Anjos, em Gravataí, a partir das 19h. Na sexta-feira (07) estará com a comunidade o Pe. Charles Kermaunar, vigário da paróquia Nossa Senhora Aparecida da Restinga e São João Paulo II, ambas na Zona Sul de Porto Alegre. No sábado a Missa será presidida pelo Pe. José Antônio Sauthier, a partir das 16h, e no domingo (09), pelo Pe. Gustavo Batista, a partir das 10h30, seguido de almoço. Em Porto Alegre a celebração será realizada no dia 13 de dezembro, dia da ordenação do sacerdote, com Missa às 20h seguido de jantar de confraternização. 

 

Caminhada de Fé

 

Padre José Antônio Sauthier ingressou no seminário em 1989, em Gravataí, no ano chamado Propedêutico, que é um período de amadurecimento e decisão em seguir a vocação ao sacerdócio. Depois estudou em Viamão onde cursou Licenciatura em Filosofia e Bacharelado em Teologia. “Quando era jovem participava ativamente do grupo de jovens na paróquia. Frequentava semanalmente a Missa e aos poucos foi sentindo o chamado vocacional. Quando pequeno me vestia de padre e brincava de rezar a Missa”, lembra o presbítero. 

 

Ainda como seminarista, atuou junto à paróquia dos Anjos em Gravataí, na Paróquia Sagrada Família, em Porto Alegre; na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Porto Alegre; na Paróquia Imaculado Coração de Maria em Esteio, já como diácono, auxiliava em celebrações, casamentos e batizados. No serviço de animação vocacional e junto à PACTO, no trabalho de recuperação de toxicômanos, tempo em que também fez um estágio nas Fazendas da Esperança, em Guaratinguetá, São Paulo, que trabalha com recuperação de dependentes.

 

A ordenação diaconal aconteceu no dia 15 de julho de 1997,  na Paróquia Santo Antônio Pão dos Pobres, em Porto Alegre  no dia 15 de junho de 1997. O segundo grau da Ordem foi recebido em Alto Feliz, no 13 de dezembro de 1997, pelas mãos do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Altamir Rossato (1925-2014).  Nos dois primeiros anos de padre, o sacerdote foi auxiliar na Paróquia São Vicente em Cachoeirinha, e na Paróquia São João Batista em Camaquã. No terceiro ano assumiu de pároco de Nossa Senhora das Dores em Sentinela do Sul, uma realidade desafiadora e de cultura predominantemente lusa.

 

No ano de 2001 voltou para Porto Alegre para organizar a Paróquia da Divina Misericórdia, no Parque dos Maias e ficando de auxiliar no Santuário Nossa Senhora de Fátima. No final do mesmo ano, assumiu a Paróquia Nossa Senhora da Salette, recém criada, onde também participou da construção de sua igreja matriz, pois lá se celebrava em um salão-capela. “Nos eventos sociais da paróquia tínhamos que transformar a então capela em salão, guardando e recolhendo todo material sacro e , após o evento, reorganizavam em capela para rezar a Missa da tarde. Foi uma experiência muito bonita de organização de uma comunidade e de construção da nova igreja”, recorda Pe. José Antônio Sauthier.

 

Após esta etapa, ele assumiu o Santuário Santa Rita de Cássia, na zona sul da capital. “Nesta paróquia Santuário, convivemos com duas realidades bem distintas: a comunidade paroquial com seus segmentos, pastorais, como qualquer outra paróquia, e a realidade de Santuário, onde, estando aberto todos os dias do ano, recebem visitas de devotos e peregrinos. Organizamos uma das mais tradicionais procissões da cidade e dois dias de festas em torno da Padroeira e que somam um total de 22 Missas, neste evento”, destaca.

 

Padre José Antônio Sauthier também foi idealizador do Caminho de Porto Alegre, quando, todos os anos mais de 1,5 mil pessoas fazem a caminhada que sai da Catedral Metropolitana Mãe de Deus, no Centro Histórico da cidade, percorrendo a orla do Guaíba e chegando, após 22 quilômetros, ao Santuário Santa Rita. “Este caminho foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, em que fiz o chamado Caminho Francês, num trajeto de 998 quilômetros, a pé, em 33 dias no ano de 2014”, explica o presbítero.  

 

Também foram realizadas inúmeras melhorias, reformas e adequações nos espaços do Santuário. A paróquia também possui várias comunidades no entorno, e uma ficando a sete quilômetros da matriz. Tem também realidade urbana, rural e de vilas. A busca por bênçãos e orações sempre se mantiveram constantes durante a pandemia, onde sua igreja permaneceu aberta e foi um dos pioneiros em transmitir a Missa pelas redes sociais.

 

Atualmente é o Coordenador da Comissão de Arquidiocesana de Arte Sacra e Bens Culturais, onde colabora na execução de projetos, reformas e adequações de Espaços Litúrgicos. Isto o motivou a fazer uma pós-graduação em Arquitetura e Arte Sacra do Espaço Litúrgico pela FASBAN, em Curitiba. Atuou também como coordenador de Pastoral do Vicariato de Porto Alegre; no Colégio de Consultores; na coordenação da Pastoral da Juventude do Vicariato de Porto Alegre, de modo especial na organização da semana missionária e da Jornada da Juventude no Rio de Janeiro.

 

O lema sacerdotal de Pe. José Antônio Sauthier foi retirado de uma frase de Santo Agostinho: “ Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou para convosco”;  “Acredito que descrevem um pouco a missão do sacerdote, que por vezes não é fácil e que tem inúmeras cobranças e desafios. O sacerdote sendo um homem como outros, e marcado também por limitações e fraquezas de natureza humana, tem suas tarefas e responsabilidades perante o povo que lhe foi confiado, a Igreja e diante de Deus. Sobre tudo isso tem que responder, e por isso o temor de não corresponder como deveria. Mas, por outro lado, o que salva é ser cristão, e aí, padres e leigos estão na mesma condição. O cristão conta com a misericórdia e o amor de Deus. Sabe que a salvação depende de Deus em última instância. Por isso o consolo, a alegria, de estarmos nas mãos de um Deus que é Pai e que acolhe seus filhos para seu banquete. É assim que encaro a missão a que Deus me chamou, procurando corresponder no que posso, mas me entregando à sua graça.”

 

Ao comemorar o seu Jubileu de Prata, o pároco do Santuário Santa Rita de Cássia reforça que “um padre não vive sozinho e não deve ser um ser isolado. Somos com a comunidade e dela fazemos parte, não só como guias espirituais, mas para toda a obra. Dependemos também de uma comunidade que acolhe e colabore na missão de evangelizar. Por isso o padre precisa dos leigos, assim como os leigos necessitam do sacerdote. E nos dias de hoje, recordamos novamente que Deus nos convida, não impõe nada, espera de nós o sim, daí, ao dar o sim, seguir fiel à Sua Palavra. Uma Igreja do pão repartido, do abraço e da paz”.

 

Ao refletir sobre o seu chamado ao Ministério Ordenado, ele destaca que apesar das diferenças do mundo em que vivemos do dia em que ingressou no Seminário para mais de 25 anos depois, Pe. José Antônio frisa que a Palavra e o plano de Deus permanecem. “O mundo de hoje tem desafios bem diferentes daqueles em que quando era jovem e fui tocado a seguir a vocação sacerdotal. Quando entrei pro seminário tinha 19 anos, hoje estou com 52 anos. São tempos diferentes, apesar de a Palavra de Deus e o Plano de Deus serem os mesmos, a forma de vivê-los e apresentá-los são diferentes. Temos o Papa Francisco que sempre nos desafia e ilumina nessa tarefa, e como comunidade de discípulos e discípulas, constantemente devemos nos deixar conduzir pelo Mestre, que mesmo sendo antigo, é sempre novo, nos dizeres, também de Santo Agostinho.”

 

Ao refletir sobre a sua vocação, o sacerdote louva pelos jovens que passaram pelo seu caminho e também deram o seu Sim para Deus. “O trabalho vocacional sempre fez parte de minha vida, pois continuo sempre a observar, convidar e incentivar jovens a seguirem a vocação sacerdotal. Dois já se ordenaram nas comunidades por onde passei e agora, também temos um jovem no seminário estudando e se preparando para essa missão. Tive sempre a graça de ter seminaristas auxiliando nos fins de semana  e que assim, são igualmente, promotores vocacionais. Criamos em nossas paróquias grupos de fiéis que adotaram os seminaristas em oração, criando a consciência e o trabalho pelas vocações”, destaca.

 

Datas Importantes

Ingresso no Seminário – 1989

Ordenação Diaconal – Julho de 1997

Ordenação Sacerdotal – Dezembro de 1997

Vigário Paroquial São Vicente de Paulo – Cachoeirinha – 1998

Vigário Paroquial São João Batista – Camaquã – 1999

Pároco Nossa Senhora das Dores – Sentinela do Sul – 2000

Pároco Santuário Nossa Senhora de Fátima – Porto Alegre – 2001

Colaborador na paróquia Divina Misericórdia – Porto Alegre – 2001

Pároco Nossa Senhora de Salette – Porto Alegre – 2001 até 2013

Santuário Santa Rita de Cássia – Porto Alegre – 2014 até o presente momento

 



Autor:
Marcos Koboldt

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