Natal: recomeçar!

22/12/2021

“(...) Um menino nasceu, o mundo tornou a começar”.

(Guimarães Rosa)

 

Para a comunidade de fé cristã, o Natal é a festa na qual se celebra o nascimento de Jesus Cristo.

Se por um lado o significado do Natal aponta para a realidade humana do nascimento que une todos os seres humanos, por outro lado há o aspecto, aquele do Filho, segunda pessoa da Santíssima Trindade, que se fez homem, reconhecido por uma pequena parte da humanidade.

A realidade do nascimento traz o potencial de reunir todos os seres humanos. De fato, a ternura que o recém-nascido inspira, reflete a condição frágil da natureza humana. Ao mesmo tempo indica que a vida humana, desde a sua origem, necessita de cuidado. Sem o cuidado de alguém, o ser humano não sobrevive! A solidariedade tão presente em vários setores da sociedade no período natalino encontra aqui suas raízes remotas. Os apelos ao Menino e à solidariedade refletem a sempre necessária disposição pessoal de se medir com a seriedade da própria existência.

Historicamente o Natal está também relacionado à figura do Santo Bispo Nicolau, conhecido por oferecer presentes aos pobres. Esta sua atitude aponta para o sentido do dom, da generosidade e da solidariedade que marcam o espírito natalino.

A pandemia da COVID-19 expôs fragilidades de distintos âmbitos da sociedade. Contudo, expôs também a necessidade de promover a solidariedade e a responsabilidade de cada um no cuidado para com o outro. Em um período relativamente curto de tempo governos e nações se viram confrontados com a urgência de cuidar e de promover a vida humana.  Um modo distinto de agir e interagir se impôs a todos. Um novo começo se faz necessário!

Natal é oportunidade para, inspirados pelo nascimento do Menino de Belém, promover o sentido do dom, da solidariedade e da generosidade! Nisto se caracteriza uma existência humana sadia, vivida responsavelmente em sociedade.

Possa o ano de 2022 estar marcado pela disposição de todos em colaborar para deixar a sociedade um pouco melhor para as futuras gerações. É preciso recomeçar!



Autor:
Dom jaime Spengler

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