PÁSCOA

05/04/2023

“A vida, arrancada, destruída, aniquilada na Cruz, despertou e voltou a palpitar” (R. Guardini). A força do amor venceu a morte!

 

A experiência vivida pelo Antigo Israel já ensinava o vigor de um povo que se sabia – e se sabe! – amado por Deus. É a convicção profunda a respeito do amor de Deus pelo seu povo, que concedeu a este mesmo povo forças para abandonar, sob a condução de Moisés, a escravidão no Egito e se lançar na aventura da busca da terra prometida.

 

Na celebração da Páscoa, Israel revive a saída do Egito e o esforço para permanecer fiel a Deus tendo por base as “dez palavras”.

 

A comunidade cristã, reunida em torno do fogo, recorda solenemente a libertação do Egito, cantando: “Eis a noite, em que tirastes do Egito os nossos pais, os filhos de Israel, a quem fizestes transpor o Mar Vermelho a pé enxuto...” Ela celebra, exultando de alegria e de fé, de forma característica, a ressurreição de Jesus: acontecimento real, objetivo, ocorrido e testemunhado. Jesus entrou realmente na vida com toda a sua realidade humana, alma e corpo.

 

A ressurreição de Jesus não é uma vitória genérica sobre a morte. O Ressuscitado é aquele que fora Crucificado. É que a Cruz não é simplesmente o ícone de um mártir qualquer, que permaneceu fiel a Deus a ponto de dar a vida por ele, mas é o ícone de um mártir com um rosto específico: o rosto de Jesus de Nazaré.

 

A afirmação da ressurreição de Jesus pertence ao núcleo da fé cristã. Por isso, São Paulo declara que “se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé” (1Cor 15,14).

 

A fé no Ressuscitado é conforto e não uma saída ‘barata’ para o acolhimento das situações e contradições que a vida impõe, inclusive para o reconhecimento daquela realidade desafiadora que atinge a todos indistintamente: a morte.

 

Celebrar a Páscoa é ocasião para reacender a esperança na vida; oportunidade para ‘construir pontes’ no seio da sociedade, a fim de promover o cuidado pela vida, pois verdadeiramente “o amor é mais forte que a morte” (Ct 8,6).  

 

 

 



Autor:
Dom Jaime Spengler

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